Você sabia que existem hackers que ganham dinheiro fazendo o bem?

Grandes empresas começaram a pagar hackers para que eles entrem em seus sistemas e descubram vulnerabilidades.

No início de junho, a Nokia se viu obrigada a pagar milhões de euros a hackers que ameaçaram revelar o código-fonte de parte do sistema operacional usado nos smartphones da companhia, o Symbian. A polícia da Finlândia, país de origem da empresa, confirmou que estava investigando um crime de extorsão envolvendo a Nokia.

De acordo com a emissora finlandesa “MTV”, os criminosos haviam obtido a chave de criptografia para uma parte central do Symbian da Nokia e ameaçavam torná-la pública caso não recebessem o dinheiro, que não teve o valor exato divulgado.

Após a tentativa de extorsão, a Nokia fez contato com a polícia e concordou em entregar a quantia em um estacionamento em Tampere, no centro da Finlândia. O dinheiro foi recebido, mas a polícia perdeu o rastro dos criminosos, afirmou a “MTV”.

Em junho deste ano, criminosos digitais afirmaram ter invadido os servidores da empresa Domino’s Pizza na França e na Bélgica, dizendo ter feito download de dados de mais de 600 mil clientes (nomes, endereços, e-mails, senhas, instruções de entrega e molhos preferidos). Os hackers teriam exigindo um pagamento de resgate equivalente a US$ 40 mil para devolver os dados. A empresa afirmou, porém, que não pagou qualquer valor aos criminosos.

Grandes companhias costumam não pagar resgates e nem divulgá-los, pois o ato poderia incentivar hackers do mundo inteiro a intensificarem os ataques seguidos se extorsões.

Hackers na legalidade podem ganhar dinheiro limpo

Empresas pagam hackers que acham vulnerabilidades em seus sistemas

Preocupados com ataques semelhantes aos sofridos pela Nokia e a Domino’s, muitas empresas premiam hackers para achar vulnerabilidade em seus sistemas. Algumas chegam a pagar US$ 100 mil, dependendo da complexidade ou importância do problema.

Em 2012, um hacker que usa o apelido de "Grugq" teria negociado uma falha do iPhone com uma empresa contratada pelo governo dos Estados Unidos. "Grugq" costuma agir como intermediário entre outros hackers e agências e empresas que trabalham com o governo, vendendo vulnerabilidades em sistemas e aplicativos, e fica com 15% do valor da venda como comissão.

Grandes companhias como Google, Facebook, HP e Microsoft cansaram de brigar com hackers e passaram a oferecer prêmios em dinheiro para quem descobrir e alertar sobre falhas em seus produtos. O Google, por exemplo, já chegou a pagar US$ 60 mil pela descoberta de um erro de segurança no Chrome.

Estima-se que a rede social de Mark Zuckerberg tenha desembolsado mais de US$ 1 milhão nos últimos três anos com premiações a internautas que encontram vulnerabilidades em seus sistemas.