Google revela como espiona seu e-mail para vender propaganda

O monitoramento da sua vida na Internet está sob os holofotes há um bom tempo, desde que Edward Snowden tornou público o ambicioso mecanismo de espionagem envolvendo a NSA […]

O monitoramento da sua vida na Internet está sob os holofotes há um bom tempo, desde que Edward Snowden tornou público o ambicioso mecanismo de espionagem envolvendo a NSA e gigantes da web, como Google e Facebook. Pois agora, o Google confirmou: se você espera privacidade não use ou troque mensagens de e-mail com usuários de conta Gmail (todas as mensagens enviadas e recebidas são processadas pelos servidores do Google, escaneadas e classificadas para robustecer seu banco de dados e para distribuir anúncios direcionados).

No Brasil, diversos órgãos públicos fazem uso da plataforma de e-mail, como a Prefeitura do Rio de Janeiro. E não existe a opção de cancelar o monitoramento por meio de alteração das Configurações.

Em 2012, na Europa, órgãos reguladores de 27 países da União Europeia já haviam notificado o Google para que deixasse claro aos usuários como seus dados eram monitorados e qual o propósito da ação. E, desde então, os problemas judiciais enfrentados pela companhia se multiplicam em ações de privacidade por diferentes países (que podem causar um prejuízo de milhões de dólares caso sejam transformadas em ações coletivas), enquanto o mundo ainda carece de uma legislação que deixe claro os direitos e deveres de empresas e cidadãos no mundo virtual.

O Google alega que a espionagem contribui para funções como a proteção contra vírus, correção ortográfica, criação de ranking personalizado de sites de busca e combate ao terrorismo. E afirma que os usuários consentem com esta prática por reconhecê-la como parte do processo de entrega de e-mails. Seus advogados defendem o direito da companhia em monitorar mensagens provenientes de outros serviços de e-mail. Já a Microsoft criticou a utilização de conteúdos de e-mail para direcionar publicidade em campanha de marketing entitulada “scroogled”.

Após tentativa de advogados de estudantes da Califórnia em transformar ações individuais em uma grande ação coletiva nos EUA, o Google publicou no último dia 14, revisões em seus termos de serviço para deixar mais explícito o acompanhamento dos seus passos na Internet. O texto agora diz: “nossos sistemas automatizados analisam seu conteúdo (incluindo e-mails) para oferecer a você ferramentas relevantes, como resultados de buscas personalizados, anúncios direcionados, e detecção de spam e malware. Essa análise ocorre enquanto o conteúdo é enviado, recebido e quando é armazenado”.