Categorias: Cibersegurança

Brasil lidera ranking de ataque a sites governamentais

O Brasil é o primeiro colocado de um ranking indigesto divulgado recentemente. Um relatório feito pela empresa de segurança de informação Cyveillance mostrou que o país tem o maior número de sites governamentais com a segurança comprometida e que fazem parte de uma rede de phishing.

Além do Brasil, quatro nações encabeçam a lista negativa: China, Colômbia, Turquia e Nepal.

O levantamento foi feito por meio de uma análise a mais de 72 mil URLs relacionadas ao governo de diferentes países, que são identificadas pelo domínio “.gov”. A Cyveillance encontrou 195 servidores comprometidos, dos quais 26 pertencem ao Brasil.

A pesquisa vai além e mostra que o estado brasileiro com o maior número de servidores comprometidos é o Mato Grosso, com oito URLs. O segundo lugar é ocupado por Santa Catarina, que possui seis deles, sendo três pertencentes à Câmara de Vereadores de um mesmo município.

No Brasil, os motivos dos ataques são variados. Em 2013, durante a onda de grandes protestos, os sites de órgãos públicos sofreram com constantes invasões a sistemas. Os grupos atuam com base em interesses específicos, derrubando sites e divulgando dados pessoais de políticos.

Os domínios brasileiros comprometidos pertencem a esferas diferentes do governo. Três deles são de órgãos subordinados ao governo do estado, seis deles a Câmaras de Vereadores e 12 a prefeituras ou órgãos subordinados a elas. Cinco endereços estavam inativos e a esfera a qual pertencem não pode ser confirmada.

Colômbia luta contra o ativismo virtual

O país sul-americano, de forma surpreendente, apareceu entre os que mais são atacados no mundo. O governo aumentou a polêmica quando começou a discutir a Lei Lleras, uma proposta de emenda constitucional que tinha como objetivo desabilitar qualquer conteúdo que infringisse direitos autorais.

Foi aí que o grupo Anonymous começou um bombardeio virtual ao Ministério da Administração Interna, provocando um colapso em seus sites. Até o sistema de segurança do ministério foi comprometido na época, em 2011.

E, com base no levantamento, é possível afirmar que esse ativismo só cresceu desde então. Especialistas colombianos acreditam que o ativismo é puramente social e político, e quase nunca tem intenção criminosa, como roubo de dados que podem levar a benefícios financeiros.

Desde 2009, no país, a Lei 1.273 criou novos tipos de delitos à criminalidade virtual e à proteção de informações e dados. A pena para quem passa por cima dessa lei é prisão de 120 meses e uma multa de 1.500 salários mínimos.

China tem problemas com a liberdade de expressão

A maioria dos casos de ataques hackers ao governo chinês está ligada à liberdade de expressão. Ou a falta dela. Apesar de contar com uma grande quantidade de usuários de internet, as empresas que operaram no país precisam lidar com as rígidas regras de censura que proíbem a discussão ou exibição de páginas sobre tópicos delicados que falam da independência do Tibete ou do movimento religioso Falun Gong.

As restrições acabam por aumentar o ativismo digital interno, já que a população fica privada de diversos diretos devido às restrições impostas pelo governo.

Há também o ativismo internacional, principalmente pela ação de hackers norte-americanos. Em 2011, um polêmico caso entre os dois países ganhou repercussão. A China diz que hackers a partir dos Estados Unidos atacaram dois sites militares chineses, incluindo o do ministério da Defesa, uma média de 144 mil vezes por mês.

Mais de 62% destes ataques foram realizados nos Estados Unidos, estimou o governo, acrescentando que este tipo de ações contra sites militares "aumentaram ininterruptamente nos últimos anos".

Na Turquia, ativistas e governo batalham

A questão ideológica na internet também é forte na Turquia. Por isso, ativistas e governos travam constantes batalhas no país, especialmente em épocas de eleição ou de alguma grande decisão política.

Em 2011, ações de negação de serviço disparadas contra sites oficiais foram realizadas em protesto contra a censura e o bloqueio da web no país. Em uma resposta às ações do grupo de hackers Anonymous, a Turquia prendeu 32 pessoas após ataques em sites do governo.

De acordo com as informações, os supostos membros do grupo foram presos em 12 cidades, incluindo Ancara e Istambul.

A censura na internet do governo islamita moderado Recep Tayyip Erdogan iniciou uma guerra cibernética entre os ativistas do grupo Anonymous, os hackers nacionalistas turcos e as autoridades do país.

"Durante os últimos anos, vimos como o governo turco reforçava o controle sobre internet. Bloqueou milhares de páginas web e blogs enquanto processos legais abusivos persistem contra o jornalismo online", denunciava nesta semana o Anonymous em comunicado.

O primeiro alvo foi a página da Autoridade de Telecomunicação (TIB), que foi bloqueada durante 20 minutos e, segundo a emissora "NTV", o grupo atacou ainda a página do Centro de Meteorologia Estatal e o site da Seguridade Social, mas nesta manhã já estavam normalizados.

A TIB reagiu às ameaças de Anonymous bloqueando por sua vez a web dos ciberactivistas (www.anonnews.org).

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