Cursos online podem mudar a forma de educar?

Os cursos online podem acabar com as escolas e faculdades? A proliferação deste tipo de ensino, em todo o mundo, tem preocupado educadores, que vislumbram um possível fim da forma de aprendizado que sempre caracterizou a espécie humana: a interação entre alunos e professores num ambiente de estudos.

Gene Block, reitor da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, disse, na conferência do “The Wall Street Journal” sobre tecnologia global, que as famílias ricas continuarão a mandar seus filhos para faculdades tradicionais com quatro anos residenciais, onde eles aprendem em sala de aula. Mas as faculdades comunitárias ou de outras instituições de ensino superior correm risco de serem extintas pelos cursos online.

“Se houver algum risco de encolhimento do sistema de ensino superior, será, precisamente, naqueles lugares que não oferecem essa interação de alta qualidade entre os alunos e entre alunos e professores”, concordou Rick Levin, ex-presidente da Universidade de Yale, também nos Estados Unidos.

Diversas startups estão procurando sacudir o ensino superior, dando às pessoas de todo o mundo o acesso online para cursos universitários de professores em escolas como a Universidade de Duke e a Universidade de Stanford, um acesso que se torna muito mais difícil na forma presencial. Os criadores dessas startups dizem que milhões de pessoas já participam das sessões de ensino online.

No entanto, essas empresas têm gerado muita controvérsia. Os defensores dos cursos online dizem que eles dão uma chance às pessoas que não têm condições de bancar custos para estudar numa faculdade tradicional e de grande porte.

Por outro lado, quem é contra afirma que os cursos beneficiam principalmente as pessoas que já são altamente educadas, e que os programas também ameaçam o corte de emprego de docentes.

Levin disse na conferência que, apesar das críticas, as startups estão expandindo o ensino superior para as populações ao redor do mundo que nunca puderam fazer os quatro anos de faculdade. “Aqueles que nunca iriam chegar perto de uma universidade agora têm acesso aos melhores professores do mundo”, disse.

Levin e Block garantiram que muitos professores estão ansiosos para incorporar mais aulas online aos seus trabalhos. Mas Block, contudo, acredita que pode ser imprudente oferecer a milhares de pessoas com diferentes níveis de escolaridade descontroladamente a mesma palestra de um professor de grande nome.

“O professor mais eficaz pode ser aquele de química pouco conhecido na faculdade, em vez de um prêmio Nobel”, afirmou.

À distância ou de forma presencial, o fato é que muitos países ainda rastejam na área de educação. Os cursos online, segundo especialistas, podem sim ser um grande reforço para quem não tem chance. Mas a escola e sua forma de organização e interação nunca podem ser deixadas de lado, visto que se treina em grupo e se compartilha experiências, algo que sozinho, dentro de casa olhando para um computador, é impossível de se fazer. 

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