Categorias: Cibersegurança

Hackers também colaboram para a segurança na internet

Eles são o terror das empresas e dos governos. Os hackers não têm limites na internet e possuem conhecimentos avançados sobre o mundo digital. Esse talento, na maioria das vezes, não é usado para o bem. Mesmo assim, muitos hackers saem da clandestinidade e passam a ganhar muito dinheiro oferecendo sua experiência a quem quer mais segurança na rede.

Exemplos não faltam. Um dos piratas de rede mais conhecido do mundo é Adrian Lamo. Ele ficou famoso depois que invadiu o sistema do jornal The New York Times, em 2003, simplesmente para incluir a si mesmo na lista de colaboradores do veículo impresso. No ano seguinte, se declarou culpado de ter acessado os sistemas da Microsoft, Tahoo e WorldCom. Foi condenado a seis meses de prisão domiciliar e dois anos de liberdade vigiada.

Passado o furacão, Lamo começou a colaborar com empresas e governos contra invasões. Atualmente, trabalha como consultor de segurança de companhias e é chamado de traidor pela comunidade hacker.

Outro hacker que deu muita dor de cabeça ao governo dos Estados Unidos foi o francês François Cousteix, hoje com 28 anos. Conhecido na rede como “Hacker Croll”, ele foi detido na França após invadir diversas contas do Twitter, entre elas a do presidente norte-americano Barack Obama, da cantora Britney Spears, e do co-fundador e CEO do Twitter, Evan Williams.

A técnica usada por Cousteix mostra como é fácil descobrir senhas na internet, desde que se tenha tempo para a cansativa tarefa de adivinhá-las por tentativa e erro. A falha explorada facilmente pelo jovem, somada a outros ataques ao microblog no início de janeiro de 2010, fez a Comissão Federal de Comércio dos EUA abrir um inquérito para investigar as ferramentas de segurança do Twitter.

Estudante de eletrônica, hoje Cousteix trabalha para uma empresa especializada na capitalização de audiências em redes sociais, além de fazer consultorias sobre segurança para outras companhias de tecnologia.

Poucos hackers, porém, superam Kevin Mitnick em fama e reconhecimento. Ele é considerado o maior de todos os tempos. Seus primeiros crimes foram cometidos em 1990, ao invadir vários computadores, como de operadora de celulares, de empresas de tecnologia e provedores de internet. Foi preso em 1995 e libertado em 2000. Ficou três anos em liberdade condicional, sem poder conectar-se à internet. Hoje trabalha como consultor de segurança, sendo uma das principais referências do mercado no assunto.

A história de Mitnick teve início em 1981, quando ele tinha 17 anos e começou a se interessar por informática entrando assim em um grupo hacker de Los Angeles. Sua primeira demonstração de habilidade foi quando penetrou no computador da Monroe High School, escola onde estudou, para alterar as notas dos cursos.

Mitnick começou a se encrencar de vez depois que invadiu os computadores da defesa aérea do Colorado. Em seguida, ingressou no phreaking para obter mais informações sobre telefonia, conseguindo manuais e programas de vários sistemas, entre eles COSMOS e Micro Port. Mitnick também foi obrigado a assistir a sessões de reabilitação, devido ao seu "vício" em computador.

Robert Tappan Morris foi outro hacker que mudou a forma de se pensar a segurança na internet. No fim da década de 80, o então estudante do MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts), na Universidade Cornell, distribuiu o que seria considerado o primeiro código malicioso a se espalhar pela internet. O “Morris worm”, como ficou conhecido, alastrou-se rapidamente e inutilizou muitos sistemas que contaminou. Pesquisas mostram que o vírus afetou nada menos do que 10% dos 60 mil computadores que formavam a grande rede mundial da época.

Morris acabou condenado a três anos de prisão em 1990, mas pagou a pena com uma multa de US$ 10 mil e 400 horas de serviços comunitários. Atualmente com 45 anos, ele é professor do mesmo MIT onde começou suas aventuras na web, consultor de empresas de tecnologia e um dos criadores da linguagem de programação Arc.

Mercado de trabalho

Mesmo que por vias tortas, esses hackers e outros invasores de sistemas acabaram fazendo com que as empresas investissem em segurança na internet. Atualmente, todas as companhias precisam proteger seu patrimônio digital com a mesma atenção dispensada a seu patrimônio físico, de forma eficiente e segura. Os postos de trabalho para estes profissionais variam muito e vão desde a educação corporativa à análise de códigos maliciosos, além de produção e desenvolvimento de produtos relacionados à segurança.

O salário do analista de segurança no Brasil pode chegar a R$ 5 mil para quem é iniciante. Já os mais experientes, da categoria sênior, costumam ganhar um salário de cerca de R$ 8 mil. Mantendo-se sempre atualizadas, as pessoas que trabalham nesta área, além de terem um emprego fixo, também costumam dar consultorias às empresas, sem um vínculo formal, aumentando assim a renda.

Referências em ensino

Algumas instituições oferecem ensino de ponta em tecnologia da informação e segurança na internet. Entre elas estão o Instituto Tecnológico de Campinas (ITA), a Universidade de Campinas (UNICAMP), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade do ABC (UFABC), todas no estado de São Paulo.

No Rio, a melhor colocada em rankings divulgados pelo Ministério da Educação é a Pontifícia Universidade Católica (PUC). A Universidade Federal do Rio Grande do Sul leva uma ótima nota em seus cursos de Engenharia e Ciência da Computação, sendo considerada a principal da área na Região Sul.

Redação PSafe

O dfndr blog é um canal de caráter informativo que apresenta conteúdos exclusivos sobre segurança e privacidade no mundo mobile e empresarial, com dicas para manter a população protegida. Formado por uma equipe de repórteres especializados, o canal conta com a parceria dos especialistas em segurança do dfndr lab para trazer, em primeira mão, notícias sobre ataques, golpes, vulnerabilidades na internet, malwares e suas variações.

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