Cantores virtuais, será esse o futuro?

Projeção de artistas em palcos e cantores virtuais. Será que esse é o futuro da música?

Um personagem no Japão está revolucionando a forma como são feitas as celebridades. Nada de bebedeiras, agressões a paparazzo ou clínicas de reabilitação, a única semelhança entre Hatsune Miku e os famosos que conhecemos aqui no ocidente está na legião de fãs e tudo o que eles trazem junto: gritaria, correria e multidões. Será que essa moda pega por aqui?

Hatsune Miku nada mais é que um desenho. O cabelo azul, as roupas extravagantes e os olhos grandes não negam que ela é um mangá japonês. Se fosse em outra época podíamos confundir até mesmo com alguma Sailor Moon. A diferença entre Miku e os outros personagens da história é que ela conseguiu ultrapassar a barreira entre a ficção e o real.

Miku foi criada por caso em 2007. Seu principal objetivo era promover o Vocaloid, um software utilizado para modificar a voz humana. Nem os seus criadores, a Crypton Future Media, imaginavam o sucesso que a personagem de voz estridente poderia alcançar.

A grande sacada para o sucesso de Hatsune Miku está na interatividade com o público. São os próprios fãs que escrevem e cantam as músicas. Mesmo quem não tenha o dom de cantar pode se arriscar, utilizando o Vocaloid.

Ao todo já foram produzidas pelos fãs mais de 100 mil canções. Aquela velha história de engajamento utilizada em projetos colaborativos. Miku utiliza o crowdsourcing de forma surpreendente. Imagine a sensação de um fã ao ver o ídolo cantar no palco a música que ele escreveu?

Ela também não está apenas nos computadores ou smartphones dos seus fãs. Miku faz shows presenciais e arrasta verdadeiras multidões não só no Japão, mas em toda a Ásia – este ano ela foi até em Los Angeles, nos EUA. A banda é composta de humanos, mas a estrela principal é projetada em holograma. Um pouco parecido com a projeção de Tupac, no Coachella de 2012. Miku foi chamada até mesmo para abrir shows da Lady Gaga.

Se você quer ter um pouco da real dimensão do sucesso que ela faz por lá, dê uma olhada no show que a celebridade virtual fez em Kansai, no Japão, em 2013. Deixa ou não muito cantor de meia tigela no chinelo?

Outras celebridades virtuais

Sem dúvida a banda virtual que teve mais sucesso até hoje foi o Gorillaz, criada em 1998. Apenas no primeiro disco foram comercializadas mais de 7 milhões de cópias, o que fez com que eles entrassem para o Guiness Book, como a banda do gênero de maior sucesso.

A ascensão meteórica fez com que eles fechassem parcerias com artistas renomados, como Snopp Dogg e até mesmo a rainha do pop, Madonna. Quem não se lembra dos clássicos “Clint Eastwood” e “Feel Good”?

Outra banda que tentou se firmar, mas não teve tanto sucesso foi a escocesa The Glammers. O diferencial deles para o Gorillaz é que os músicos por traz dos personagens nunca  apareceram. Até que as músicas como Double Life e Six Hours Laters são legais.

O Brasil também teve a sua banda virtual – na ocasião, um rapper. “Dogão é mau, dogão é mau, au-au”, acho que já lembrou de quem estamos falando. Ele mesmo, o rei das cachorras, Dogão. Criado em 2004, inspirado no sucesso de Gorillaz, o rapper cachorro teve bastante sucesso por aqui. 

O clipe de “Dogão é mau” figurou durante alguns meses daquele ano como um dos mais pedidos da MTV. Da mesma forma que teve sucesso repentino, ele foi esquecido. Em 2005, ele parou de lançar novas músicas, mas até hoje o hit “Dogão é mau” não sai da cabeça de muita gente.

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