Mulheres são as principais vítimas de assédio e abusos na internet

Neste mês especial, a PSafe discute sobre os principais perigos e armadilhas para as mulheres na internet e dá dicas de como se proteger.

Diariamente, são noticiados novos casos de violência contra a mulher no mundo. Segundo balanço realizado pelo Ministério da Saúde em 2018, uma mulher é agredida a cada quatro minutos no Brasil.

Infelizmente, as estatísticas assustadoras ultrapassam a vida real, alcançando o ambiente digital. Segundo Emilio Simoni, diretor do dfndr lab – laboratório especializado em segurança digital da PSafe – as mulheres são as maiores vítimas de golpes, extorsões e assédios na internet.

Aqui na PSafe, nós prezamos pela sua liberdade de usar a internet da maneira que quiser, e de forma segura. Por isso, neste mês especial da mulher, queremos compartilhar com você as principais dicas de especialistas sobre como navegar sem correr riscos.

Saiba agora como reconhecer as principais armadilhas no mundo online e como se manter segura.

Atenção às armadilhas na internet

Simoni listou os principais riscos nos quais as mulheres estão expostas todos os dias ao navegar na internet:

Scammers

Uma recente pesquisa realizada pela PSafe revelou que 1 em cada 5 brasileiros já foi vítima de golpes de scammers. O Facebook segue como principal plataforma de encontro de perfis falsos, segundo 45,4% dos entrevistados.

Os scammers são perfis fakes em redes sociais que têm como objetivo seduzir pessoas e aplicar golpes financeiros que atingem, em sua maioria, as mulheres no Brasil. Para enganar suas vítimas, os criminosos fazem uso da engenharia social como estratégia, abusando de manipulação psicológica para induzir os alvos a realizar ações específicas.

A vulnerabilidade emocional das vítimas é muito explorada pelos scammers. Geralmente, os criminosos identificam seus potenciais alvos em redes sociais por meio da análise de características específicas em seu perfil.

A primeira delas é ter uma boa situação financeira, já que o objetivo principal do golpe é a extorsão. Outro fator é a idade e estado civil, já que a preferência é por mulheres de meia idade que estão recém-divorciadas ou viúvas. Além disso, muitos scammers se passam por estrangeiros bem-sucedidos, militares ou viúvos. A partir daí, é iniciado o contato em que passam a tentar conquistar sua confiança diariamente.

Sextorsão

Sextorsão, também conhecido como estupro virtual, consiste quando alguém mal-intencionado acessa arquivos pessoais de outras pessoas – como fotos e vídeos íntimos e, partir disso, ameaça divulgá-los na internet em troca de dinheiro ou favores. Segundo a SaferNet Brasil, 69% das vítimas de sextorsão no país são mulheres.

Na maioria das vezes, a chantagem é feita por pessoas próximas à vítima ou por quem ela já teve algum tipo de relacionamento íntimo, como um ex-namorado. Mas o crime também pode ser cometido por hackers que obtêm acesso ao celular ou computador do usuário.

Golpes e páginas falsas

Criminosos usam como isca o nome de marcas famosas, promoções e descontos para atrair o maior número de vítimas em golpes na internet. Diversos ataques são direcionados às mulheres, utilizando temáticas de maior interesse do público feminino.

É comum que os golpistas utilizem indevidamente empresas de beleza, maquiagem e perfumes para induzir as vítimas a fornecerem dados, fazer downloads de apps infectados com vírus ou visualizar propagandas enganosas em páginas falsas, além de disseminar o ataque entre seus amigos.

Vazamento de conteúdo íntimo

Vale ressaltar que não há nada de errado no compartilhamento de fotos íntimas. Mas, é importante ter cuidado ao enviar imagens ou vídeo para outras pessoas e, principalmente, em como você guarda este conteúdo.

Ainda há muita intolerância em relação à nudez dos corpos femininos, e o material íntimo pode ser utilizado por pessoas mal-intencionadas como ferramenta de chantagem e humilhação. Lembre-se: a divulgação de conteúdo íntimo sem autorização da vítima é crime!

Principais consequências para as vítimas

As consequências dos golpes para as mulheres podem ser bastante graves. Primeiro, há o prejuízo financeiro, já que grande parte dos ataques visam a extorsão e obtenção de lucro para o criminoso.

Muitas mulheres também são chantageadas e acabam sofrendo com a exposição de ter seus dados, fotos ou vídeos íntimos divulgados publicamente para pessoas de seu convívio social, como amigos, familiares e colegas de trabalho.

Além do constrangimento causado, os golpes podem levar as vítimas à depressão ou até cometerem suicídio.

Como usar a internet de forma segura?

Os especialistas de segurança do dfndr lab reuniram 5 dicas que você deve seguir para garantir sua liberdade de usar a internet com total segurança:

  1. Sempre desconfie da aproximação de pessoas desconhecidas na internet, principalmente se elas pedirem ajuda financeira ou acesso a seus dados pessoais.
  2. Fique atento às argumentações e analise a fundo o perfil social de quem está conversando com você. Por exemplo, se só tem contatos do sexo oposto, se alegam que são são militares ou pessoas bem-sucedidas ou se só postam fotos com crianças e animais.
  3. Tenha cuidado com o compartilhamento de suas informações. Dados pessoais e financeiros, fotos e vídeos estão constantemente na mira de pessoas mal-intencionadas para fazer chantagens em troca de dinheiro.
  4. Mantenha uma proteção de segurança avançada instalada no celular. O dfndr security, por exemplo, oferece proteção contra scammers, links de golpes, roubo de identidade, vazamento de dados e clonagem de WhatsApp. São mais de 15 funções voltadas só para sua segurança e privacidade.
  5. Ative mecanismos de segurança como a autenticação em dois fatores. Assim, mesmo que um golpista descubra a sua senha, ele ainda não conseguirá acessar suas contas importantes.

Fui vítima de assédio e violência na internet. O que eu faço?

Reúna provas

Tente fazer cópias de tudo que foi divulgado, incluindo URL de sites ou redes sociais onde o conteúdo foi exposto.

Faça uma Ata Notarial

Com todas as provas em mãos, vá até um cartório e faça uma Ata Notarial, que serve para autenticar todos os arquivos para que eles sejam válidos legalmente.

Registre um Boletim de Ocorrência

Leve todas as provas que conseguiu juntar até a delegacia mais próxima e denuncie. Se possível, procure um advogado também.

Solicite a remoção de conteúdo vazado

Entre em contato com os sites e redes sociais onde o conteúdo foi exposto e peça a remoção de todo material.

Você não está sozinha!

Apesar do aumento no número de casos de violência e abusos contra mulheres na internet, é quase proporcional a impunidade para os criminosos que cometem crimes virtuais. Isso porque na maior parte dos casos, as vítimas se calam e não denunciam o golpista, seja por medo de sofrer represálias, chantagens ou por receio da exposição.

Contudo, é essencial que você denuncie qualquer caso de assédio ou violência no ambiente digital, principalmente se for contra mulheres. O Marco Civil da Internet obriga as empresas de internet como redes sociais e o Google, por exemplo, a removerem conteúdos que violem a intimidade das vítimas após as denúncias.

Na plataforma em que foram divulgados, procure a opção de denúncia. Assim, além de ajudar a proteger outras mulheres, você contribui para um ambiente virtual mais seguro, impedindo que criminosos saiam impunes. E lembre-se: com a PSafe, #VocêNãoEstáSozinha.

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