Vale tudo por um “like”?

De olho em empresas e usuários espertinhos, existem pela internet afora diversos serviços que comercializam curtidas, nas mais variadas redes.

No final de janeiro, foi descoberto um vírus capaz de aumentar o número de visualizações de vídeos do YouTube. Com isso, os canais que eram monetizados poderiam lucrar mais. Entretanto, engana-se quem pensa que apenas os serviços que são remunerados estão propensos a serem burlados. Em época onde o número de visualizações/curtidas vale como ouro, os serviços que vendem "likes" são cada vez mais comuns.

Comércio de likes

Hoje, existem milhares de pessoas que vivem apenas com o dinheiro vindo das redes sociais. Seja com a monetização de vídeos – como no caso do YouTube -, a parceria com as marcas – como no Twitter e Instagram -, ou com o trabalho formal em agências para a produção de conteúdo. Uma pesquisa da consultoria Deloitte, constatou que apenas a rede social de Mark Zuckerberg gerou 4,5 milhões de empregos em todo o mundo.

As marcas procuram, quando querem anunciar em um perfil, a influência e, claro, o número de seguidores. Outro fator que faz as empresas investirem para conseguir mais curtidas está na credibilidade que o número de likes dá. 

De olho em empresas e usuários espertinhos, existem pela internet afora diversos serviços que comercializam curtidas, nas mais variadas redes. Algumas são bem ousadas, garantindo até mesmos 100 mil seguidores em 48 horas. Mas como eles conseguem isso em tão pouco tempo? A resposta é simples: perfis falsos. No ano passado, o Instagram tentou coibir essa prática, anunciando que ia excluir o profile de milhões de fakes da rede.

Para Guga Alves, sócio-fundador da Agência Wattz, ao contratar esse tipo de serviço, usuários e empresas esquecem-se de um princípio básico no marketing em redes sociais: o engajamento.

"Ter milhares de pessoas numa página com baixo engajamento não ajuda a vender seu produto ou a veicular sua ideia. É muito mais interessante ter menos pessoas, mas ser um público realmente interessado no que você veicula, pois suas chances de conversão com isso são maiores, seja a venda, a visualização ou os cadastros no produto ou serviço oferecidos", diz.

Vírus gera visualização no YouTube

O malware do YouTube, com o codinome Tubrosa, agia de forma silenciosa nas máquinas. Através de scripts PHP, ele fazia com que o computador infectado acessasse um vídeo pré-determinado diversas vezes sem que o usuário percebesse. Além disso, o malware baixava automaticamente o Flash Player e conseguia renovar a conexão para que o próprio YouTube não conseguisse detectar o problema.

O principal método utilizado para a propagação do vírus é o ataque de phishing, onde o usuário clica em um link malicioso enviado por e-mail ou pelas redes sociais. O vírus está ativo desde agosto de 2014 e infectou máquinas de vários países, inclusive do Brasil.