Golpe com SPAM faz ações da bolsa dos EUA subirem

SPAM que atacou computadores ao redor do mundo afetou a bolsa. Entenda

Os crimes virtuais acontecem em larga escala ao redor do mundo e, por isso, observamos por aí variadas formas de ataques online. Mas o golpe que voltou a acontecer em grande proporção em 2014 tem preocupado as autoridades dos Estados Unidos.

Enquanto o polêmico corretor de ações que inspirou o filme “O Lobo de Wall Street” mira embolsar até US$ 100 milhões por meio de suas palestras, alguns hackers têm se inspirado no personagem Jordan Belfort para fazer fortuna na bolsa com ações que valem centavos.

O golpe acontece por meio de mensagens de e-mail que buscam atrair quem quer aproveitar uma boa pechincha em Wall Street. O “pump and dump”, como ficou conhecida a tática retratada no filme de “O Lobo de Wall Street”, consiste em fraudadores promovendo as ações de centavos de determinadas companhias, dizendo aos investidores que têm informações privilegiadas sobre os próximos eventos destas empresas que farão o preço das ações disparar.

Depois das pessoas comprarem, os fraudadores despejam as ações sobrevalorizadas no mercado, embolsando o lucro.

Criminosos usam links “confiáveis”

Esse tipo de ataque, que é registrado desde 2007, voltou a crescer nas últimas semanas, com mais de três milhões de amostras fraudadas. Nesse período, o volume de transações atingiu mais de 1,6 milhão de ações em poucos dias após a onda de spams.

Para aumentar a sua credibilidade, os golpistas usam links legítimos para sites confiáveis como “Reuters”, “Bloomberg”, “Yahoo Finance”, “Market Watch” e “Nasdaq”.

“Estes são os lobos mais ferozes de Wall Street na atualidade. Eles já não chamam os potenciais investidores para inflar os valores das ações, mas usam uma abordagem mais rápida: e-mail replicado em milhões de amostras”, afirma Adrian Miron, Pesquisador Sênior da Bitdefender Antispam. 

Os investidores, conforme apontou uma recente matéria do jornal “Wall Street Journal”, estão arriscando por conta própria fazer as suas apostas em setores com alto potencial de crescimento. Isso apesar de os reguladores do mercado norte-americano terem alertado a tomar cuidado com estes papéis, uma vez que há menos informações públicas sobre as companhias e muitos não apresentam relatórios financeiros.

Os fraudadores dizem sempre que este é o negócio do século, a empresa está prestes a fazer um grande anúncio, a ação vai ser multiplicada por 800 vezes. A maioria dos spams vem de computadores zumbis. Uma das empresas apontadas pela reportagem do “Market Watch”, a Rich Pharmaceuticals, viu o preço de suas ações triplicar, para US$ 0,37, durante o auge da campanha de SPAM em meados de abril. Após o repentino crescimento, a empresa informou em nota que “não autoriza e não endossa essas campanhas” e que está trabalhando com órgãos reguladores norte-americanos para investigar essas mensagens.

O escritório da Securities and Exchange Commision (SEC), uma espécie de Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos EUA, acusou 48 pessoas e 25 empresas por realizarem fraudes do tipo desde 2010.  A agência diz que os investidores devem ser céticos em relação a dicas de e-mail, além de fazer sua própria investigação e serem cautelosos em promessas muito irreais. 

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