Políticas de privacidade das redes sociais não garantem privacidade

Pela lógica, a política de privacidade deveria proteger o usuário e seus dados, mas isso nem sempre acontece. Veja alguns casos com as redes sociais.

Privacidade na internet é um assunto debatido todos os dias pelo mundo. Com as redes sociais como motor da vida online, ter informações pessoais expostas virou algo corriqueiro. Para aumentar o problema, as políticas de privacidade dessas redes, por muitas vezes, causam polêmica e deixam seus usuários em situações delicadas.

Funcionários do Facebook têm acesso à conta de terceiros sem precisar de senha

Não era do conhecimento de todos, mas, no início de 2015, tornou-se público que engenheiros do Facebook podem acessar contas de qualquer usuário sem a necessidade de senhas. A informação veio à tona depois que o diretor da gravadora Anjunabeats, Paavo Siljamäki, fez uma visita ao escritório da rede social, em Los Angeles, nos Estados Unidos, para aprender como usar melhor o site em prol do seu trabalho.

Ele escreveu, no entanto, que se deparou com uma cena muito desconcertante: a pessoa que o atendeu foi direto à sua conta, sem usar senha, para lhe dar as dicas.  Paavo disse que lhe preocupou o fato de o funcionário não ter precisado ao menos usar uma senha alternativa, o que o levou a imaginar a quantidade de pessoas da empresa com esse tipo de acesso.

Em nota, o Facebook explicou o privilégio dado a funcionários: “Temos controles administrativos, físicos, técnicos e rigorosos para restringir o acesso dos funcionários aos dados do usuário. O acesso é diferenciado e limitado por função de trabalho, e os funcionários designados só podem acessar a quantidade de informação que é necessária para levar a cabo as suas responsabilidades de trabalho, tais como responder a relatórios de bugs ou inquéritos de apoio. Existem dois sistemas separados para detectar padrões suspeitos de comportamento, e eles produzem relatórios, uma vez por semana, que são revistos por duas equipes independentes de segurança”.

A polêmica medida adotada pelo Instagram

Em 2013, o Instagram passou a comercializar fotos sem autorização dos usuários para, segundo a empresa, melhorar a integração com o Facebook e ajudar a combater spams. Mas a grande polêmica se concentrou na possibilidade de venda de fotos.

O usuário ainda é dono das imagens que publica no seu perfil do Instagram, mas com a mudança dos termos de serviço, o Facebook pode pegar qualquer imagem que seus usuários disponibilizam e comercializá-las sem ter que repassar o lucro.

No perfil privado, o usuário pode esconder as fotos para o público. Mesmo assim, as reclamações dos internautas continuam dois anos depois do anúncio da medida. Após uma analise feita pelo site “Quartz”, se uma foto foi postada enquanto a conta ainda era pública, ela continuará disponível na web mesmo com a conta, agora, sendo privada.

O Instagram reconheceu o problema em um comunicado, e em seguida, atualizou seu software com a intenção de consertar a falha na privacidade. Após a atualização do software, de acordo com o “Quartz”, algumas imagens de contas privadas, que anteriormente estavam acessíveis para todo mundo, já não estão mais visíveis.

WhatsApp tem falhas na privacidade

O WhatsApp lançou em 2015 o WhatsApp Web, que permite aos usuários sincronizar o aplicativo de mensagens entre seus dispositivos móveis e desktop. O problema dessa novidade é que a pessoa agora tem mais armadilhas no campo da privacidade.

Os problemas foram relatados pelo blog de segurança digital “Indrajeet Bhuyan”, que publicou informações de que é possível minar as configurações de privacidade que funcionam muito bem somente no aplicativo móvel.

De acordo com o blog, em algumas situações, os usuários do WhatsApp Web podem ver fotos que não são adequadas para exibição e que talvez eles nem veriam no dispositivo móvel. No aplicativo para a web, você pode excluir uma foto do seu dispositivo após o envio e o destinatário verá apenas uma versão borrada da foto.

Mas o blog criticou o fato de que uma foto compartilhada no seu dispositivo móvel, mesmo que excluída, continuará aparecendo na versão da internet. Isso, segundo os especialistas, mostra que os apps móveis e web não estão sincronizados corretamente.

O segundo problema, ainda de acordo com o blog, é que uma foto de perfil pode permanecer visível no WhatsApp Web mesmo após usar o recurso no aplicativo móvel para restringir a imagem apenas para os seus contatos.

Outra polêmica do momento envolvendo o maior mensageiro do mundo foi levantada pelo programador Maikel Zweerink, que criou uma ferramenta capaz de rastrear a atividade de qualquer conta no aplicativo. Clique e saiba mais.

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